Flores campestres,
Brotam do ventre da terra!
Nascem sem mãos cuidadosas
Para plantarem, cultivarem,
Regarem e colherem-nas...
Como é bonito o mato,
Os caminhos com o encanto
Das flores caipirinhas!
Das flores branquinhas,
Amarelinhas, lilás e vermelhinhas,
Tão bonitinhas!
Apaixonantes...
Flores roceiras têm em vós,
Qualquer coisa do coração
Cá, matuto!
Vives, de modo singelo
Pouco te farta
E és forte de inverno
A verão!
Nada te abala!
Permaneces erguida, firme,
Nos tempos de maior sofreguidão...
Para plantar-te!
O vento,
A chuva,
Os passinhos...
Para cultivar-te, o canto dos pássaros,
E o amor do coração
Dos que se detém
A apreciar-te ornando os campos agrestes!
Para regar-te, bem resolvida,
Basta-te, por si só!
E para colher-te,
Um colibri enamorado
Que se alimenta de ti!
E tu te doas, apaixonada,
Alimentando-te também...
E o perfume agreste das flores , perfuma,
A labuta dessa criatura aqui,
Que sabe que em cada
Pedacinho de ser
Que enfeita a natureza
Tem nele contido
Um pedacinho de Deus,
Que cada um faz desse pedacinho, ramalhete de sonhos,
Colhido de flores tão simplistas
E tão raras para quem
Sabe vê-las, entendê-las e escrevê-las...
No coração rural,
Os versos que Deus escreveu em flores
Enfeitam o íntimo,
Fertilizando o coração de quem descobriu que
Os versos de uma mulher que ama a poesia
É acolhido pelo exalar das flores sertanejas
Que acariciam a alma, embriagando com seu perfume
Aconchegando em seu âmago
Fazendo aflorar, uma enorme certeza,
Que as flores que colhi dos campos,
Colho-as nos campos da vida
Marluce Freire Nascasbez
Sem comentários:
Enviar um comentário